domingo, 1 de maio de 2011

João de Deus

O mundo assistiu neste domingo a beatificação de João Paulo II em uma cerimônia assistida por mais de um milhão de pessoas na praça de São Pedro em Roma, na Itália. Durante a cerimônia o pontífice supremo da igreja católica Bento XVI, que foi colaborador do Papa João Paulo II por 23 anos, ascendeu o novo beato ao mais alto patamar, elogiando sua fibra e o "testemunho de fé, de amor, de coragem e de grande humanidade".


Sem dúvida alguma "João de Deus", como fora chamado carinhosamente pelos brasileiro quando na sua visita ao Brasil pela primeira vez em 1980, corroborou em muito para o cristianismo atinjir a solidez que tem hoje, no mundo inteiro. João Paulo II é, sem dúvida, foi um verdadeiro homem de Deus. Um homem aguerrido que trazia nos olhos a ternura e no coração o profundo desejo de ajudar na construação de um mundo melhor.

Desde a infância, o pequeno Karol Wojtyla, teve contato com a dor da separação, causada pela morte. Despediu-se, com apenas 9 anos de idade, de sua querida mãe que retornou às esferas espirituais. Experimentou a dor da orfandade e, antes dos 22 anos de idade já estava só no mundo.

Seu irmão e seu pai haviam falecido. O jovem Karol experimetou a solidão, mas nunca se deixou abater. Buscou, através da oração, a juda da veneranda mãe de Jesus, Maria de Nazaré, em cujo coração encontrou alento e esperança.

O garoto pobre tornou-se o Papa estrangeiro, em Roma. Ao receber o título máximo de líder religioso da Igreja Católica, o cidadão polonês fez muitas renúncias, a começar pelo próprio nome. Foi assim que João Paulo II ficou conhecido em quase todo o mundo.

Como Papa, teve papel importante na Terra. Com humildade e firmeza de propósitos, sua voz ecoou em vários continentes, clamando pela paz mundial., pela justiça e pelo bem geral.

Sem dúvida um homem de princípios, que não hesitou em pedir perdão à humanidade pelos erros cometidos por seus antecessores, que acenderam as fogueiras da Inquisição e dizimaram muitas vidas, em nome de Deus.

Karol, foi sempre disposto, um homem que jamais se deixou abater pelo cansaço, pelas intempéries da vida. Abraçou e conversou com pessoas das mais variadas religiões, cores e posições sociais, em muitos países do mundo. Em seus discursos enaltecia a democracia, a liberdade, a dignidade humana.

Foi constantemente agredido com palavras, mas sempre soube oferecer a outra face. Foi atingido por uma bala mas nem assim se deixou desestimular, pois acreditava que o mal é uma escolha temporária do ser humano.

Outrora era o cetro do poder, hoje repousa no outro lado da vida, nos altos cumes, na morada celeste. Mas com certeza sem cessação, em trabalho constante, afinal, há muita coisa ainda a ser feita para que a paz mundial seja uma realidade.

E para o bom combatente não há tempo a perder, há apenas uma pequena pausa para restabelecer as forças e continuar a nobre batalha. Não há porque lamentar a partida de um homem de bem, há sim que exaltar as suas obras, e tomá-las como exemplo vivo de abnegação, resignação, e de amor ao próximo. Em tempos difíceis em que vivemos, em que os valores morais são substituídos pelos materiais, carecemos destes exemplos.

Hoje Karol Wojtyla foi alçado a beatitude, reconhecido como verdadeiro homem de bem, que veio a Terra dar o testemunho do verdadeiro ecumenismo, do amor ao próximo, e colaborar para que o evangelho de Jesus não perde-se o seu brilho e a sua magnânima mensagem libertadora.

Que em nossas mentes possam ficar gravadas essas palavras do Papa João Paulo II, ditas na celebração do Dia Mundial da Paz, em 1º de Junho de 2005: " o mal não é uma força anônima que age no mundo devido a mecanismos deterministas e impessoais. O mal passa através da liberdade humana. No centro do drama do mal e constantemente relacionado com ele precisamente esta faculdade que distingue o homem dos demais seres vivos sobre a Terra. O mal tem sempre um rosto e um nome: o rosto e o nome de homens e mulheres que o escolhem livremente". O homem é dotado de livre-arbítrio e responde por suas escolhas, felicidade ou sofrimento.

Assim como na física, o preto significa a ausência de cor e o frio a ausência de calor. Então o mal é ausência do bem. E se o mal é uma escolha, o bem também pode ser.

Se temos a liberdade de escolher o mal, temos também para escolher o bem.

Basta apenas movimentar a vontade e optar pelo bem.

Trabalhemos no bem hoje, não há tempo a perder.

Trabalhemos agora. E não poderia haver melhor data para essa reflexão: o dia do trabalhador.

Não podemos esperar pela paz mundial de braços cruzados, olhe ao seu redor, existe muito a ser feito, e muito está ao nosso alcance.

Que Deus o abençoe eternamente "João de Deus".

Douglas




Nenhum comentário:

Postar um comentário